quarta-feira, 4 de junho de 2008

O DIA EM QUE VIREI GALÃ

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Zona Central, 15h46min, rua 55, hoje. Lá estava eu, andando rumo ao Banco do Brasil. Precisava chegar antes das 16 h para ele não fechar. Tinha uma fatura para pagar.
Próximo à rua 72, lá vejo uma mulher lindíssima, daquelas maravilhosas. Cabelo cumprido, preto, liso, pele branca, calça jeans e blusa preta com decotão. Olhamos um para o outro simultaneamente – um contraste indiscutível –, ela riu um pouco pra mim. Voltei a atenção para o chão durante uns dois segundos e logo direcionei o olhar novamente para a musa. Acredite: ela continuava a me olhar, além disso, sorriu um pouco mais e fez um sinalzinho com a mão, parecia a letra dáblio em itálido (W).
Não tive dúvidas, voltei-me para sua direção e:
– Olá! Como se chama?
– Eduarda.
– Ah, legal. Meu nome é Eduardo... Luís Eduardo.
– Hum!
Fomos conversando... Aquelas perguntinhas chavões de todo início de papo. Fomos nos conhecendo.
Eduarda tomou uma rara atitude feminina:
– Anota meu telefone. Você vai fazer alguma coisa hoje?
– Ã? Ah, não, não! Vou fazer nada. To livre! – Putz! Eu tinha que estudar para uma prova de Infografia e fazer uma crônica para a matéria de Redação III para entregar no dia seguinte. Ah! Inclusive a crônica é esta mesma que você está lendo.
– Pode falar o número.
– Ué, vai anotar onde?
– As coisas importantes costumo não esquecer. Então pode falar o número que gravo de cabeça – eu sempre faço isso só para aparecer e pior que já perdi o contato de duas garotas muito gente boa, por causa desse charminho barato. Preciso parar com isso.
Bom, logo o papo terminou e fui embora. Quando virei a rua, comecei a correr. Para chegar a tempo no banco – e deu certo.
À noite – como combinado – telefonei:
– Boa noite, Eduarda!
– Boa noite.
Fomos em uma conversinha básica, que nem carece transcrição.
Depois de uns 7 min e 21 seg de bate papo, ela já tinha falado que gostou muito de mim, que me achou sexy, inteligente e me chamou para sair. Pensei: “Ótimo! Já falou de cara que sou sexy e quer sair comigo... bom, preciso de uma tesoura”.
A garota disse que eu poderia sugerir o lugar. Pensei: “Nossa! Como estou galã. Eu sou demais”.
Ah, só uma observação: a tesoura seria para podar meus pelos pubianos.
Passados cerca de dez minutos de conversa (pelo fone) ela me pergunta:
– O que curte?
– Em relação a que?
– A tudo!
– Gosto de ler; cerveja; música; chocolate...
– Em relação a sexo – interrompe.
– Curto quase tudo, não tenho frescura. Ultimamente tenho valorizado dança, quando prévia. Não gosto de violência, nem acessórios.
– Gosta de sexo anal?
Espantei muito com a dimensão do assunto, mas tentei demonstrar naturalidade.
– ...Gosto sim.
– Hum! Eu também. Qual o tamanho do seu pau?
– Nossa... 16 cm.
– Legal! É do tamanho do meu.
– ...do seu...?
– Sim. Do mesmo tamanho do meu.
– Do tamanho do seu... canal?
– Não, querido. Do meu pau!
– Ah, pára... rsrs... como assim? Você é travesti? Por que não me avisou antes?
– Uai, você não tinha me perguntado. Mas assim... algum preconceito? Não pensei que você fosse assim, “retrô”.
– Acontece que...
– Eu sou feia por acaso? Não gostou de mim?
– Aiaiai! Putz, não é isso... Você é lindíssima. Não estou exagerando: quando conversamos pessoalmente me deu até um nervosismo assim, porque você é muito atraente. Mas eu sou heterossexual... isso é suficiente. Não rola.
– Nossa, você me enrolou esse tempo todo para isso??
Esse é o papinho mais furado do mundo. De certo ela pensou que falando assim eu diria: "É, você tem razão eu te enrolei muito tempo, sendo assim, devo transar com você!".
A essas alturas já fui me despedindo educadamente até que a ligação fosse encerrada com a aparente concessão de ambas as partes.
Mais tarde recebo uma mensagem: “Desculpa gatinho eu não queria te decepcionar, infelizmente sou assim. Quero muito ficar com você. Aceito fazer o que você quiser”.
Reposta: “Ok! Quero que encerre o contato comigo!”.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

ABERRAÇÕES URBANAS DO CATOLICISMO E PROTESTANTISMO VIGENTES

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Luís Eduardo Dantas
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Perfeição nas religiões, é como objetividade no jornalismo: todo mundo está cansado de saber que é impossível, no entanto, não se pode deixar de busca-la. Se não a alcança, é preciso tentar se aproximar ao máximo. Mas, em relação às crenças predominantes em Goiânia, Catolicismo e Protestantismo, existem contradições muito absurdas. Não dá para tolerá-las se apoiando na válvula de escape “o ser humano é falho – ufa!”. Então no próximo parágrafo toda referência em itálico remete à passagem bíblica.

O Catolicismo vem com aquele bocado de esculturas de santos. Nos templos que conheço pelo menos as estatuárias representativas de duas santas e de um Jesus Cristo prevalecem. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus...- “Êxodo 20 – 4” Diante delas é comum ver fiéis se curvarem destinando algumas orações, pedidos e penitências. Não te encurvarás a elas (as esculturas) nem as servirás... “Êxodo 20 – 5”.

Quanto ao Protestantismo, quem nunca ouviu algum fiel dizer: “Meu pastor me disse tal coisa. Meu pastor é um bom homem. Meu pastor mora ali”? Bom, se a bíblia usa o termo Senhor para se referir apenas a Deus e a Jesus Cristo, o Salmo 23, que diz: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará..., impossibilita que um mero mortal carregue esse título. Afinal, segundo à passagem, pastor é O Senhor, ou seja: Deus ou Jesus. No entanto, vi no dicionário o termo com o significado: “Guardador de gado” ou “Aquele que guia ovelhas”. Ora, então chamar o semelhante de pastor é se ter como gado ou ovelha diante de um sujeito igual a você. Ou seja, além de blasfema: é uma baita besteira.

Por isso é bom admitir erros e rever os conceitos toscos que seguimos por vacilo hereditário. Meu objetivo aqui não é enfraquecer nenhuma crença, nem mesmo depreciar os valores religiosos. A fé é indiscutível e intocável, mas a mediocridade mundana precisa ser condenada e sepultada sob severos julgamentos mortais. A conduta cristã é “para” os fieis e não “dos” fieis. Por isso mesmo é que não possuem qualquer autonomia sobre as leis divina.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

PELA QUALIDADE DE VIDA DOS FUMANTES, PRINCIPALMENTE DOS PASSIVOS


Luís Eduardo Dantas

Malditos fumantes...! Malditos fumantes que ao último trago lançam o cigarro nos cantinhos difícil acesso para limpeza! Onde eu estudo, por exemplo, na UCG, caminho por suas dependências e não encontro nenhum toco no chão. Nenhum! Mas quando estou no pátio, logo percebo aquele monte, especialmente, entre pequenas pedras redondas ou em meio às plantas. Eventualmente, vejo também: nas quinas de parede.

Ah, como fico furioso! Além desse fumante emporcalhar o ar com aquela fumaça fétida e ainda por cima não jogar o toquinho do cigarro no lixo, eles dificultam o serviço da limpeza ao “enfiar” o fumo em lugares que dificultam terrivelmente sua remoção. A faxineira, provida de sua ferramenta – a vassoura – não consegue usá-la na execução desse trabalho. O instrumento não alcança as frestas das pedrinhas no pátio, nem as gretas das plantas. Em função disso, as operárias precisam abaixar e catar cada guimba com a mão.

Um dia desses perguntei a uma moça da limpeza: “O que você acha de encontrar cigarro em locais tão difíceis de ser retirado?”. Não me lembro com perfeição sua fala, para relatar em discurso direto, mas o que ouvi foi que o fumo deveria ser jogado na lixeira. Mas ela ainda deu outra sugestão para os preguiçosos: poderiam lançar o toco do cigarro no chão mesmo – é até mais fácil que nas plantas – pois assim a sujeira poderia ser removida com a vassoura. Creio que isso preveniria, nas faxineiras, os problemas com dor nas costas e estresse.

E o fumante nem pode dizer “faço mal só pra mim”. Não! não! Está prejudicando todo mundo. Não faltam pesquisas que apontam problemas oriundos do tabagismo como: complicações respiratórias em fumantes passivos; mortes e aposentadorias precoces; poluição do meio ambiente; falta ao trabalho; incêndios rurais e domésticos; danos em móveis, cortinas e tapetes (para serem repostos exigem o consumo de novos recursos naturais); problemas sexuais – e não só prejudicam o doente, afinal, “quando um não quer dois não brigam”, lembra? E aí, fumante, é muito pedir-lhe para jogar o cigarro no lixo? ...Tudo bem. Então poderia jogá-lo no chão, pelo menos?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

PARA ONDE CAMINHA O UNDERGROUND GOIANO?


Luís Eduardo Dantas

Sábado estive no “1° Rock Solidário”, sediado no Martin Cererê. Lá, várias bandas marcaram presença, mas meu objetivo era assistir apenas Travilin’ Band – tributo ao Creedence. Encontros underground sempre me atraem, porque vejo neles a possibilidade de me integrar onde se pressupõe que não temos a obrigatoriedade de nos enquadrarmos em padrões da indústria cultural pop, nem nos modos discriminantes de agir, impregnados na cultura de massa.

Os rockeiros, uma minoria, sofrem com preconceito e ridicularização estigmatizados por uma parcela da sociedade, devido às diferenças de padrão adotado pela maioria. Mas nesse sábado a estupidez mudou de lado, o cenário underground incorporou o espírito da ignorância e acabou reagindo conforme as manifestações taxativas que eles muito criticam.

Um indivíduo com tatuagem no rosto, chapéu verde, camiseta colorida e de botões, calça social preta e sandálias esteve lá, com a intenção de assistir ao show do Travilin' Band. Antes da apresentação o rapaz caminhava pelo público, tomando sua cerveja. Enquanto isso, alguns undergrounds que o viram lhe direcionavam alguns xingamentos e afrontas verbais. Isso devido ao estilo exótico que o garoto portava.

É muito comum ver os metaleiros se queixando de discriminações sociais devido ao modo incomum no qual se trajam. É uma constante ouvi-los reclamar que no meio social sofrem com as oportunidades de emprego e tratamentos cotidianos preconceituosos destinados aos membros do estilo. Eles sabem que o motivo disso é por serem uma pequena porção fora do público homogeneizado nos padrões pautados pela moda, mas não abrem mão da própria cultura e insistem em lutar por respeito.

O que me fez pensar no episódio do “Rock Solidário” foi que o movimento alternativo anda deixando de lado um pouco da sua filosofia e com isso estão entrando em uma condição contraditória e que beira a futilidade. Ora, como os roqueiros querem respeito, enquanto minoria diante à massa, se não respeitam uma minoria quando eles é quem são a maioria?

Creio que este movimento precise ser repensado pelos adeptos e quem sabe até passar por uma “reforma de consciência alternativa”, com a finalidade de resgatar o tradicional costume pacífico e crítico relevante. É provável que a “vítima” daquelas ações esteja um pouco confusa. Quem sabe, então, em uma nova tentativa de se divertir e se inteirar coletivamente, ela decida migrar para a Pecuária, o Carná Goiânia ou o show do Victor e Leo.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A LUTA DE GÊNEROS ENTRE O PATRÃO E A OPERÁRIA


Luís Eduardo Dantas

No que diz respeito a relacionamento conjugal chega a ser covardia comparar os privilégios do homem sobre a mulher. Essa pequena frase já é o suficiente para ativar o sensor antimachismo em uma grande parte dos senhores leitores. É que a atual modinha do feminismo é como a maioria dos figurinos da onda: faz um sucesso danado, mas ninguém entende bem, nem se preocupa com isso, e muito menos age inteiramente em seus conformes. Uma contradição impressionante.

O feminismo é tão machista, que para nascer precisou da concessão dos homens. Funciona mais ou menos assim: sabe quando o pai vai ensinar o filho de cinco aninhos a jogar bola e toda hora ele deixa o garoto se dar bem nas jogadas? Pois é! É exatamente desse jeito que é dada a autorização para mulher ter seu valor – parcialmente é claro, não pense que somos tão bonzinhos. É uma espécie de colher de chá do machão.

Uma coisa mal resolvida nessa “luta de gêneros” é – depois do ingresso feminino no mercado de trabalho – a exigência da equiparação salarial dela com o varão. Todas enquetes que já vi até hoje com a questão: “Quem deve pagar a conta do bar e do motel?”, indicam que a maioria do mulheril acha que o homem é quem deve pagar. Já ouvi várias dizerem que isso é sinal de “cavalheirismo”. E mais, cheguei a ouvir que é ridículo exigir 50% do valor do motel para a companheira. Poxa! Sendo assim, igualdade salarial entre os sexos é ridículo. Quem goza... aliás, quem usufrui do motel são os dois.

Quando alguém vai ter ou tem um filho, notamos que a principal preocupação é em ter boas condições para lhe dar o sustento. Mas esse mercado vaginal anda tão em alta que a responsabilidade de um prestes pai já se manifesta no homem quando este inicia um namoro. A senhora que – salvo em condições excepcionais (desemprego, problema de saúde etc.) – exige que o senhor assuma a conta de um motel, bar, restaurante etc., se enquadra perfeitamente nas condições de uma criança: imatura, dependente e submissa ao mantenedor.

Esses moços são bastante fortes sim, afinal de contas, seu fiel garantidor é a classe feminina, que lhe dá de bandeja as condições mais confortáveis de supervivência. As moças (não é o caso de todas, mas de uma grande parte) criam seu próprio alçapão. Com objetivos incondicionais pelo amadurecimento e estabilidade (afetiva, financeira) elas acabam por se envolver com homens que chegam a ter idade de seus próprios pais.

O resultado disso é que elas encurtam o “prazo de validade” da categoria. Ora, se quando elas têm vinte e poucos anos se envolvem com homens de até 50 e isso já se tornou comum pelos dois gêneros, qual tendência se espera dos relacionamentos conjugais? É óbvio que um rapaz de vinte anos namore com uma moça dessa faixa etária, mas a vantagem dele é que pode desfrutar da juventude feminina durante algumas décadas enquanto que ela, depois dos 30, não tem condições de competir com as tentadoras ninfetas.

É o famoso “feitiço contra o feiticeiro”. Esse tipo de mulher cria a sua própria condição de falência afetiva e infelizmente acaba prejudicando as que não adotam essa “filosofia” de vida, já que seus parceiros em alguns episódios caem nas armadilhas de sedução do mercado mirim. Porém, o que o mulheril realmente gosta é de um cara gato. E a tendência é que todos eles fiquem assim, afinal de contas, em relacionamento conjugal, o homem tem várias vidas.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

DECISÃO SOCIAL, E NÃO RELIGIOSA PARA CASAMENTO GAY


Luís Eduardo Dantas

Não se pode manifestar preconceitos e crenças pessoais em decisões legislativas. No Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, nenhum Estado permite o casamento entre homossexuais. A ditadura heterossexual está forte com o apoio da ignorância e da religião – que são crescentes. É uma mistura de hipocrisia e intolerância às divergências.

A igreja deve interferir com os instrumentos de trabalho que lhes são próprios. Sua missão é espiritual. Não é de seu caráter estabelecer leis civis. Isso é função do Estado, que em si já aplica a norma da administração laica. Se a igreja não consegue êxito em suas empreitadas sociais, não deve querer impor por meio de propostas políticas, suas decisões. O que ela pode é sugerir.

Para os que alegam que o casamento gay destrói os valores da família e por isso não deve ser oficializado, lembremos que o divórcio – que é permitido – não promove a integração familiar. O indivíduo quando desempenha o ato sexual com o semelhante, não perde a capacidade de educar, proteger e sustentar uma prole.

Se o Estado quer se pautar em orientações religiosas, que retire a possibilidade de múltiplos casamentos civis entre homem e mulher, pois essa prática não tem aprovação divina. Porém, se ele não quer segui-la, que aponte onde está o prejuízo do casamento homossexual, já que os gays – como qualquer heterossexual – trabalham, pagam impostos, exercem cidadania e votam. Se possuem os mesmos deveres, por que não têm os mesmos direitos?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

DIREITOS IGUAIS DE SEGURANÇA PARA POLÍCIA E POPULAÇÃO


Luís Eduardo Dantas

Se você briga, te prendem. Se você rouba, te prendem. Se você mata, te prendem. E esse papel é desempenhado pela polícia. Mas e se ela brigar, roubar ou matar, quem a prende? Difícil executar essa função, já que os cargos de hierarquia superior aos dos agentes, como juiz, delegado, promotor de justiça, não saem pelas ruas perseguindo viaturas.

Não podemos esquecer que existe a P2 que foi criada com essa finalidade, porém é difícil confiar na qualidade de seu serviço, já que são pertencentes da mesma corporação dos militares. Parece piada colocar o mesmo grupo para fiscalizar-se e punir-se.

Recorrendo às tendências tecnológicas de segurança, acredito que uma solução para a corrupção e abuso de poder, seria a implantação de sistemas de áudio e vídeo como parte do acessório policial. As viaturas passam a ter câmeras no teto com captação de imagem em raio de 360° e cada policial, com microfone junto à farda, gravando todo o período de seu expediente.

Assim qualquer abordagem é filmada e gravada e se houver questionamento público a respeito da postura dos agentes, eles poderão ser julgados com precisão pelas autoridades, que poderão ver e ouvir o desfecho da ocorrência.

Já que o governo quer fiscalizar a população com câmeras instaladas em estabelecimentos públicos, ruas e avenidas e consideram que esse sistema é eficaz, que o utilizem também para tornar seu trabalho mais seguro, justo e transparente. Segurança pública para ‘todos’.